No início, a Maratona de Nova York era realizada no último domingo do mês de outubro, depois passou para o início do mês de novembro. Mais de 50 mil corredores se apresentam na Big Apple. Conheça um pouco da história dessa prova que encanta os corredores há mais de 50 anos.
A primeira edição do evento aconteceu em 1970 – Os 42.195 metros do percurso, ou 26,2 milhas – como preferem os norte-americanos -, eram percorridos dentro do Central Park (quatro voltas de 6 milhas). Dos 127 corredores que largaram somente 55 conseguiram cruzar a linha de chegada. Diz-se que não havia mais do que 100 pessoas presenciando o evento. O vencedor foi o corredor norte americano Gary Muhrcke com 2h31min38seg. Hoje, aos 84 anos, Murhrcke continua correndo e é uma das figuras mais queridas nas festas que antecedem a prova. Além de dirigir umas das melhores lojas especializadas em corrida. Lá você pode testar os pares de tênis que ele mesmo indica, correndo em uma pista, dentro da própria loja, a Super Runners Shop.
Seis anos depois da realização da primeira edição, em 1976, o percurso se estendeu para as ruas nova-iorquinas e a maratona passou a ser um verdadeiro tour pela cidade. Os primeiros vencedores no percurso que perdurou por exatos 23 anos, que inclui Staten Island, Brooklyn, Queens, Bronx e Manhattan, foram os norte-americanos Bill Rodgers, o homem com mais vitórias em Nova York (quatro consecutivas de 1975 a 1979), e Miki Gordan, na época com 41 anos. Apenas 2 mil pessoas alinharam-se para a largada na ponte Verrazano, que se tornou o verdadeiro cartão de apresentação da maratona.
Como o passar dos anos, outros atletas escreveram seu nome na história dessa prova, mas nenhum deles ganhou tanto destaque quanto a norueguesa Grete Waitz. Em dez anos, entre 1978 e 1988, ela venceu nove vezes, chegando a quebrar em três oportunidades a marca mundial. Quando Fred Lebow descobriu que estava com câncer e resolveu celebrar seu 60º aniversário correndo em 1991, foi Waitz quem teve a honra de escoltá-lo em todo o percurso, finalizado em 5h32min43s. Lebow morreu em outubro de 1994, às vésperas de presenciar o 25º aniversário de sua adorada corrida.
De 1970 para cá, tudo mudou – A maratona consegue atrair mais de 2 milhões de espectadores ao longo do percurso. São 13 mil voluntários trabalhando no dia da corrida e 3 toneladas de medalhas destinadas aos 50 mil corredores que chegam até o final. Com toda essa estrutura e organização, fica fácil entender porque Nova York é considerada a maratona mais famosa do mundo.
O ataque de 11 de setembro de 2001 fez com que a quantidade de estrangeiros que correm lá diminuísse um pouco, mas nem por isso tirou o brilho do espetáculo. Em 2012, o Furacão Sandy devastou a cidade e a prova foi cancelada 48 horas antes.
O etíope Tamirat Tola é o atual recordista com 2h04min58seg estabelecido em 2023, o recorde anterior pertencia ao queniano Geoffrey Mutai com 2h05min06s estabelecido em 2011. Entre as mulheres, o melhor resultado é de 2003, da queniana Margaret Okayo, com 2h22min31s.
Brasileiros em Nova York – Em 1982 os brasileiros descobriram a Maratona de Nova York. Com a criação da CORPORE – Corredores Paulistas Reunidos em abril de 1982, a corrida de rua em São Paulo e no Brasil começou a ser mais difundida. No anos de 2000, mais de 600 brasileiros participaram da prova.
O melhor tempo de uma brasileira pertence a Márcia Narloch, conquistado em 1993 com 2h32min23seg, (4ª colocada no geral). Até a vitória do brasiliense Marilson Gomes dos Santos em 2006, com 2h09min58, o melhor tempo de um brasileiro era do Vanderlei Cordeiro de Lima, estabelecido em 1998 de 2h10min42seg, 5º colocado no geral. Em 2008, Marilson se tornaria bicampeão da prova melhorando seu resultado para 2h08min43.
Por dez anos consecutivos participei da maratona, o melhor resultado foi em 1999, ao completar 40 anos com 3h14 (o meu aniversário era no dia do evento, essa era uma razão de festejar – correndo).
Wanderlei Oliveira, 65 anos, é considerado a maior referência em corridas de rua no Brasil. Começou no atletismo em 1965. Já percorreu o equivalente a 3,7 voltas ao redor do planeta Terra (147.564 km). Técnico fundador do Clube CORPORE, em 1982, e do Pão de Açúcar Clube, em 1992, já disputou 24 maratonas no exterior. Desde 2000 é comentarista de TV em provas, como a São Silvestre, e tem o blog Wanderlei Oliveira no portal Band/UOL. É jornalista esportivo e consultor.
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DURVALINO VERGILIO DORO JUNIOR
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